Esse contexto de pandemia apresenta oportunidades de aprendizado importantes. Por exemplo, todos nós nos apropriamos, definitivamente, do conceito VUCA, que surgiu na década de 90. Essa apropriação aconteceu porque a volatilidade, a incerteza, a complexidade e a ambiguidade passaram a fazer parte do nosso cotidiano, em todas as faces da nossa vida.
As empresas estão impactadas pela necessidade de responder com agilidade ao ambiente, sem previsibilidade ou tempo para planejamento. Mas constatamos que é possível gerar soluções inéditas, num curtíssimo espaço de tempo. Soluções construídas com base em novos valores. Einstein estava certo quando dizia que: “Nenhum problema pode ser resolvido no mesmo nível do pensamento que o criou”.
Embora as mudanças sejam componente do dia a dia das organizações, segundo John Kotter a quantidade de mudanças significativas e traumáticas nas organizações têm crescido substancialmente ao longo das duas últimas décadas.
Atribuo o sucesso das soluções que estamos vendo nesse contexto de pandemia a alguns fatores que são essenciais, mas normalmente mal geridos, nos processos de gestão de mudanças, dentre eles criação do senso de urgência, atuação integrada, visão compartilhada e sensata do que precisa ser alcançado, comunicação clara e abrangente, vontade coletiva de superar os obstáculos, clareza e comemoração dos objetivos no curto prazo e liderança engajada e efetiva. Mas é claro que estamos apenas no início da grande onda de mudanças que ainda virão.
Segundo Margaret Wheatley, no seu livro Liderança para Tempos de Incerteza, a liderança deve ter novas posturas para mobilizar a inteligência e o engajamento de todos para a construção de soluções:
– Fé nas pessoas, na capacidade, na energia e na criatividade que elas têm;
– Coerência, Não Controle: propósito e valores claros para que todos possam dar sua contribuição, com agilidade, autonomia e alinhamento;
– Mãos à Obra: líderes recompensando as ações, fomentando a experimentação, dando o apoio necessário e estimulando as pessoas a terem iniciativa e se engajarem para a geração das mudanças necessárias.
A partir dessas reflexões, vejo que a consolidação da competência interna para gestão de mudanças e de um novo paradigma de liderança, com base em novos valores e capturando os aprendizados desse contexto de pandemia, são investimentos indispensáveis para as empresas promoverem as reinvenções necessárias no pós-Covid. É fundamental que estejam priorizados.
Autora: Grace Melo, MSc
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